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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FHC e Lula no Consenso de Washington


Os “Diálogos Interamericanos” do Rio em 1983, o “Consenso de Washington” em 1989, lá na Matriz. Muita gente esteve nos dois (Roberto Marinho, FHC, Roberto Civita), Lula só no da capital americana.

Antonio Santos Aquino:

“Hélio, sempre digo com convicção: Tudo o que escreves deve ser lido e refletido. Quanto a FHC ter “desfilado” no Consenso de Washington, corretissímo. O que esqueces de dizer, é que Luis Inácio da Silva (ainda não tinha incorporado Lula), estava lá na mesma hora e local, no IMF METING MEMBERES IN BRASIL: DIALOGO INTERAMERICANO. Juntamente com David Rockefeler (IMF),George Sultz (US Estate Secretary), Ronadld Regan (US Presidente), Donald Regan (Treasury Secretary), Jim Carter (IMF Councyl), Paul Voucker/James Backer (IMF), Jeffrey Sacchs, George B. Bush (Central Intelligency Agency). BRASIL: Batista Figueiredo, Delfim Neto (Braziliam Planning Ministery), Fernando Henrique Cardoso (US-Brazilian Embassy), Ernane Galveas (Finance Ministery), Pedro S. Malan (Brazilian economist), Luis Inácio da Silva (AFLCIO – member and Brasilian opposition deputy), Roberto Civita and Roberto Marinho (Brasilian Media), Cristina Pitanguy, Celso Laffer, Jaime Lerner (Curitiba Admnistration), Marco Maciel, Langone, Ricardo Semeler, José Goldenberg, Leopoldo Collor. MÉXICO: Herrera. CHILE: Pinochet. ARGENTINE: Menem, Videla, Viola.
Fica faltando muita gente. Isso não é segredo, muita gente tem esse documento; inclusive gente do PT. Ninguém desmentiu. Foi em 1983, fazem portanto 27 anos. LULA NÃO É ESTA CRIANÇA INGÊNUA SOBREVIVENTE DA SÊCA, QUE TODO MUNDO APREGOA. LULA COMEÇOU CEDO. A fazer o que, e a serviço de quem, ninguém sabe. Ou sabe? PELO MENOS DEVERIA CRIAR UMA CPI PARA VER SE HOUVE CRIME NAS PRIVATIZAÇÕES. Nada fez; se houve crime, ele Lula é co-autor.”


Comentário de Helio Fernandes: 

Foram dois encontros, Aquino. O primeiro, aqui no Rio (na Filial), em 1983, organizado pelo FMI, através de seu protegido FHC (também patrocinado pela Fundação Ford) que acabava de assumir a vaga de Montoro no Senado. Este se elegera governador, deixava 4 anos intactos para o “Sociólogo da parceria”).
Foi sobre este que escrevi. Chamado de “Diálogos Interamericanos”, e determinado pelo FMI, participaram apenas economistas do próprio FMI, Banco Mundial, BID e de alguns países latinos. Mas é natural, apareceram “não economistas”, como Roberto Marinho, Roberto Civita, Marco Maciel e outros que detalharei a seguir.

O segundo , em 1989, lá mesmo na capital dos EUA, que passou a ser conhecido como “Consenso de Washington”. Washington era a capital e CONSENSO, o contrário de DIÁLOGO. A mudança do nome do encontro era obrigatória .DIÁLOGO pressupõe  debate, controvérsia, diferença de idéias e convicções.CONSENSO é a unanimidade (no caso, antecipada) a respeito do que se trataria e tratou mesmo. Só que com personagens mais importantes, com mais autoridade e objetivos.
Dizes que foi em 1983, mas na verdade é uma tremenda confusão, entre esse 1983 e o seguinte, em 1989. Na realidade, é uma espantosa “salada” de nomes e de personalidades, que JAMAIS vieram ao Brasil. Em 1983, é evidente que, como citas, seria fato de REPERCUSSÃO INTERNACIONAL, a presença aqui do presidente Reagan, Jimmy Carter, Paulo Volcker, David Rockefeller (o mais importante financeiramente), Bush (o grandão da CIA, depois presidente), gostando ou não gostando, eram personalidades.
Não escrevi sobre 1989, e esses naturalmente estavam presentes, o-b-r-i-g-a-t-o-r-i-a-m-e-n-t-e, junto com brasileiros que participaram dos DIÁLOGOS, no Rio.
Sobre 1983, Lula não estava presente, era um sindicalista desconhecido. Também não era deputado em 1983. Foi candidato a governador de São Paulo em 1982, tirou penúltimo lugar, foi se eleger deputado em 1986. Na Constituinte.  Sem qualquer importância, na verdade deixou apenas uma frase primária, que repercutiu contra ele: “O Congresso tem 300 PICARETAS”.
Pelos nomes que colocas em destaque, deves estar falando mesmo sobre 1989 e não 1983. Excluindo os brasileiros, (muitos estiveram em 1983 e 1989, e estariam em quantos outros se realizassem), alguns nomes não poderiam ter vindo em 1983 ao Rio e não vieram mesmo.
Como escrevi intensamente sobre os DIÁLOGOS, e sei pouco sobre o já denominado CONSENSO, tratemos do encontro do Rio. Seguindo a tua lista, e começando por Pinochet, o ditador de plantão no Chile, que em 1983 não podia sair do Chile.
Imposto pelos Eua, deposto muitos anos depois pela revolta do povo, liderado por lutadores torturados, marginalizados, revoltados, muitos representando os milhares que foram AS-S-A-S-S-I-N-A-D-O-S por Pinochet. Ainda não havia sido feito o extraordinário filme do cineasta Costa Gavras, contando o golpe, a destruição do palácio presidencial e a morte de Allende, que não se entregou.
(De passagem e para constatar a isenção, a insuspeição e a profissionalização de Costa Gavras, a confirmação. Ele fez três sobre regimes ditatoriais, sempreCONDENANDO-OS.  O primeiro foi “Confissão”, libelo sobre a União Soviética. Depois esse “Desaparecido”, revelando toda a participação dos EUA. E o terceiro, “Estado de Sítio”, a respeito da ditadura do Brasil).
O selvagem ditador do Chile, tinha o prazer enorme de passar madrugadas em subterrâneos de tortura, dizem que participava, não se limitava a assistir.
Como só tratei de 1983 (e referência aleatória, alguma coisa de 1989), não coloquei os cruéis e selvagens generais torturadores, Videla e Viola. Em 1983 a ditadura da Argentina estava sendo derrubada, em 1989 não seriam bem recebidos, os EUA estavam na fase de recuperação.
No Rio, na primeira reunião dos “Diálogos”, alguém do FMI, que dominava o “Encontro”, sugeriu o nome de FHC para presidente, gargalhada geral. Mas aconteceria 11 anos depois, 1994, o que vem provar a minha teoria de que quase tudo tem como base o DESTINO.
(Ou então o FMI era poderoso mesmo. Deve ser. Em 1955, viajando por quase 40 dias, como presidente eleito e ainda não empossado, Juscelino ouviu de Salazar: “Presidente, se quiser governar seu mandato inteiro, não negocie com o FMI nem faça reforma cambial”. Veio gente, (estávamos nos jardins do palácio presidencial), Juscelino não pôde pedir explicações, depois lembrei a ele: “Presidente, Salazar é ditador, mas foi o mais importante professor de Finanças da Universidade de Coimbra”. (Mas JK continuou intrigado).
Muito do que publiquei era de informação (ou até “informe”, como dizem os militares), não tive acesso ao documento que você agora transcreve, traz entre parênteses e em inglês mesmo, a identificação com a qual se apresentavam nessa reunião tão excêntrica, diversa, variada, com gente tão poderosa.
Roberto Marinho e Roberto Civita, (que eu não revelei como presentes ao encontro) eram participantes natos, por direito de conquista e de r-e-c-i-p -r-o-c-i-d-a-d-e, palavras exuberantes, fascinantes, delinquentes.
Civita volta às origens do enriquecimento e a libertação do trânsito entre as potências . Italiano, expulso da Itália, foi para a Argentina, de onde teve que fugir para não ser preso, “bateu” nos EUA, onde se capitalizou para ser o “pombo correio” dos interesses dos EUA no Brasil. Tinha que estar nesse Consenso, para ser visto, prestar contas, receber os cumprimentos “pelo belo trabalho feito no Brasil em apenas 15 anos”.
Roberto Marinho compareceu em 1983 e 1989, com o indispensável “ghost-writer” (de som e de texto), não sabia escrever e não falava uma palavra do que se conversava no Consenso, perdão, de uma usava e abusava: “OK”. Essa ele sabia de “cor e salteado”, por intuição e interesse, tinha certeza de que servia para tudo.
Era a primeira vez que ia ao EUA depois de enganar o pessoal do Time-Life e inaugurar sua extraordinária potência “jornalística”. A princípio ficou meio constrangido. Mas os americandos fizeram tanta festa a ele, que compreendeu logo: estava servindo melhor aos interesses homenageados no “Consenso” do que o pessoal do Time-Life executaria.
A TV Globo começou em 1965, estava aqui em 1983. E lá em 1989. Voltou satisfeitíssimo, provocando raiva e ressentimento do próprio Civita, que se julgava “mais da casa do que Marinho”.
Mas gostou de receber os cumprimentos “pelo belo trabalho feito no Brasil em apenas 18 anos”.
***
PS – Aquino: “Lula começou cedo a fazer e a lucrar, de quem, ninguém sabe. Ou sabe? (Isso em 1989, Lula já presidenciável, esteve na Matriz).
PS2 – “Pelo menos deveria criar uma CPI para investigar as privatizações, para ver se houve crime. Nada fez. Se houve crime, Lula é co-autor”. (Concordo, já disse várias vezes).
PS3 – Nem preciso dizer, Aquino, que CONCORDO inteiramente com muito. Desde o governo do próprio FHC, vinha pedindo investigação sobre essasPRIVATIZAÇÕES-DOAÇÕES, e o enriquecimento de TODOS, MAS TODOS MESMO que integraram a infame COMISSÃO DE DESESTATIZAÇÃO.
PS4 – Cheguei a escrever que a ENTREGA DE UMA PARTE ENORME DO NOSSO PATRIMÔNIO, deveria levar toda essa Comissão, à cadeia, por crime hediondo.
PS5 – Não parei um momento. E assim que Lula tomou posse, comecei a insistir, jornalísticamente, para que ANULASSE TUDO. Não anulou e seu então poderosoDONO do Ministério da Imprensa, (um japonesinho cujo nome esqueci) afirmou: “Enquanto estiver aqui, a Tribuna da Imprensa não receberá nenhuma publicidade”.
PS6 – Não recebemos mesmo, ninguém protestou, esse japonesinho só fazia o que Lula mandava.
PS7 – Agora, na hora de deixar o governo, pelo menos na aparência, em discurso público, Lula afirma: “EU SOU a opinião pública, o povo não precisa MAIS de formadores de opiniã.
PS8 – Saiu NÓS, foi descuido, desprezo e desisteresse do presidente. Quanto a esse MAIS, Lula, espertíssimo, colocou para justificar os 25 BILHÕES de “”publicidade” que DEU, ano a ano, a esses órgãos que NÃO FORMAM MAIS OPINIÃO. Se NÃO FORMAM MAIS, a conclusão é de que FORMAVAM ANTES.
HÉLIO FERNANDES NO SITE DA TRIBUNA DA IMPRENSA (22.09.2010)

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